quarta-feira, 30 de abril de 2014

Poema: O veleiro

O Veleiro

O homem é deveras interessante
Complexo
Contraditório
e incessante

Gosto de dizer
entre muitas coisas atoas
Que um homem é um barco
não daqueles de lagoas
mas sim um veleiro
e também o mar

O navio é sua cabeça
Os passageiros, seus pensamentos
os objetos, suas memórias
e o mar? Seus sentimentos

O que move o mar?
Maremotos? talvez
Mas gosto de dizer
que, o que faz ele mover
é o vento, o qual nos tira a sensatez

Quando o vento sopra forte
O veleiro balança
os passageiros pensam na morte
mas insistem na perseverança
de maneira lunática
os objetos vão e vem
podendo causar uma crise hepática
tendo tudo, menos avém

Quando o vento não se manifesta
o navio não se move
ninguém se comove
ninguém faz festa
"É a morte" disse o entediado
Reclamando contra o mar
Como se fosse um malcriado
esqueceu o que era amar

O que seria o vento, senão a inspiração?
Inspiração que vem do ventre
E passa pelo coração
Tornando o mais infiel em crente

O que podemos fazer?
O que podemos tentar?
pois não controlamos o vento
apenas navegamos pelo mar.

Um comentário: