domingo, 20 de julho de 2014
Chimaera
É difícil expressar
ou até mesmo falar
sobre este luto;
sobre esta dor;
O que poderia dizer
para você entender?
é, isso não importa
o pior aconteceu
O que sucedeu?
É a pergunta que muito importa
Quem é que faleceu?
É outra pergunta que nada conforta
Pois bem, eis o que sobreveio
meu avô adoeceu
enquanto eu estava fora;
o motivo deste devaneio
é sobre algo que me esmoreceu
e até me fez perder a hora
Do sul viajei
para ver o homem que admirei
enfrentei horas de voo
e um medo de dar enjoo
O desconhecido batia à porta
e me batia na aorta
estou atrasado...
estou arrasado!
Cheguei chegando
munido de ansiedade
no hospital da cidade
e a alma, agonizando
"Estou aqui, onde ele está?"
foi o que perguntei
"Não está bem, logo estará acolá"
então amargurei
"Deixe-me entrar
deixe-me vê-lo
isso você não pode negar
por favor, deixe-me vê-lo"
"Este direito eu te nego"
disse a megera,
que mais parecia uma quimera,
em uma frase que me tirou o credo
E, quando eu vi,
me subiu um frenesi;
uma pastora em meu lugar;
aquilo me tirou do lugar
O grito
A contestação
algo foi inscrito
bem lá no fundo do coração
com uma fonte em negrito
gravando aquela traição
Da suposta parenta
que me tirou o direito;
ela é tão suave como a pimenta
que me esfaqueou no peito
Embora tente perdoar
me vem a intensidade do odiar;
com estas palavras escrevo em turbulência,
vindo de minha própria essência
Com o tempo curto
e passagem comprada
parti de volta para o oculto
com a alma machucada
Sem o ver,
voltei triste daquele complô;
durante minha viagem, ele veio a falecer...
não pude ver o meu avô.
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