quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Primeiro romance

Bom, venho por meio deste post justificar a ausência de novos poemas, contos e crônicas. Estou trabalhando em meu primeiro romance, o qual ainda não possui nome (até lá eu encontro um legal, prometo); já escrevi 163 páginas (pra quem não conseguia passar de 20, até que estou indo bem) e estou super animado com a história. E os personagens, ah... tenho alguns favoritos já, mas não faço ideia do que ainda poderá acontecer com eles, isso me entristece um pouco. Quero que dê tudo certo com eles, mas não sei se eles vão sobreviver a futuros eventos ou outros personagens — afinal, eles não são seres perfeitos, que conseguem se adaptar a todos os tipos de situações; eles têm personalidades, fraquezas e fortalezas, vícios e virtudes. Coloquei uma bela referência a Edgar Allan Poe, que é uma de minhas inspirações e é isso; talvez eu poste algum capítulo do livro aqui no blog ;)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Desenhar o devanear, pensar o desenhar

Qual é o destino da vidasenão a morte?

Alguns me dizem
"Isso aconteceu
aconteceu por causa
por causa do
do destino
destino seu
seu destino"

Aconteceu por causa
da futura morte?
O destino da vida
é a morte
tal como da bateria
é o equilíbrio


Estrelas morrem
mas será que há
há algo além
além da morte?

Sei lá sabe quem
quem tem
a resposta
resposta que nos
tem;
tem causado muita dor
angústia
e também esplendor


O correto é dizer
dizer que
o nosso viver
não vive apenas
apenas para o destinar
finalizar é apenas
o fim
justificar pra quê?


O destino
não é final
mas sim pontos
pontos entre a estrada
que nós cruzamos
e que ainda iremos cruzar
cruzar prontos nos pontos
só nós podemos frear
e enrolar
de passar no ponto


O caminho é
o que você faz entre os pontos;
o tamanho dele indica
o tempo que você levou
pra ficar pronto;
no final tudo fará sentido
só quero ligar
ligar os pontos
para no final observar
aquilo que,
na minha vida inteira,
estive a desenhar.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Voltando de lá

     Então cheguei em casa com minhas bagagens, e observei. "Tudo está mudado", dizia meu coração a mim mesmo. No momento que pisei dentro da casa, logo minha namorada veio me receber.
— Quanto tempo, Jacó!
— Sim... tudo está tão diferente... — eu disse, enquanto negligenciava a carência dela. 
— Diferente? Está tudo do mesmo jeito.
— Pra mim não parece. O que eu vi de diferente foi aquela cadeira ali, as cores da parede, você...
     Então ela escondeu o sorriso e fechou a cara. Sem dar muitas palavras, ela vai até seu quarto e começa a chorar. Fui atrás dela, segui por um corredor até chegar em seu quarto. Enquanto andava pela casa, contemplava alguns detalhes que não tinha visto antes.
— Você mudou, Jacó. Já não te conheço mais. Vou
— Como assim?
— Tchau!
     Então ela saiu da minha casa, da minha vida. Bom, com a saída dela comecei a perceber que, realmente, eu estava mudado, pois fiquei indiferente quanto a isso. Voltei então pra minha casa, abri minhas malas e guardei minhas coisas.
     Essa viagem realmente me quebrou, estava todo dolorido, mas apenas por fora. Por dentro havia uma bem suprida fortaleza de certezas, aquele tempo trabalhando no exterior havia exercido alguma mudança em mim. Depois do banho, acabei encontrando algo que subiu pela espinha: encontrei algumas fotos antigas naquela casa. O que realmente me assombrou é que aquele lugar era exatamente como ele era há 3 anos atrás, antes de minha viagem.
     Fiquei pensando, por que será que eu estranhei aquele lugar, sendo que já vivi nele no passado? Me veio, aleatoriamente, um artigo que li na internet semanas atrás, que dizia que a cada ano todos os nossos átomos são substituídos. Então, quer dizer que eu não sou o mesmo de anos atrás, nem em nível atômico? Será por isso que eu estranhei a casa, no primeiro momento, pois aquele "agrupamento de átomos" nunca havia estado lá antes? Se estamos em constante reconstrução, o que cria a nossa identidade? Não podemos atribui-nos a um simples agrupamento de átomos, nem em padrões elétricos cerebrais, então no quê? Tudo em nós é reconstruído, alterado, mudado, desde as nossas células até os nossos próprios pensamentos. Se bebemos um copo d'água, aquilo se tornará parte de nós, e se urinamos, aquilo está deixando de ser parte de nós. Estamos ganhando e perdendo partes ao longo do tempo, evoluindo e trabalhando pensamentos e experiências. Se tudo em nós é temporário, onde então está nossa identidade, nosso ser, se tudo é mutável? Meu coração agora se agitou, ansioso pela resposta, por saber onde está o âmago do indivíduo. "O que é constante?", perguntou a mim o meu coração. Pensando um pouco, cheguei a conclusão que nós, vivos, somos constantes, enquanto estamos passando por mudanças. A constante seria a própria vida. "Só isso que é constante?" perguntou-me novamente o coração. Pensei por um momento e chutei, com um pouco de incerteza, que eram os sonhos. Mesmo que vivemos (ou não) mudando o foco de nossos sonhos, nós temos sonhos, e sonhos são imutáveis, incorruptíveis. Existem sonhos que bem conhecemos, sonhos que estão latentes (nos esquecemos deles de vez em quando, mas sempre estão por aí) e sonhos ocultos (que cabe a nós descobri-los). Acertei? "Sim", respondeu o coração.
     Depois de redecorar minha casa, percebi que ela estava com algumas características culturais do país onde passei um tempo. É, nossos sonhos podem até ser imutáveis, mas hoje percebo que, conforme eu passo pelos lugares, eu guardo eles comigo pra sempre — seja através de boas memórias e experiências, ou de meu ser cultural, que ama ser remendado com partes desses lugares.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

À mercê de nossa sociedade


O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe — Jean Jaques
Rosseau

     Faz sentido e tem razão, especialmente nesta época do ano. Por quê? A criança nasce e não aprende tudo com os pais (ingenuidade, inocência e pureza). Aí então os pais ensinam as crianças a mentir, impor "verdades" não comprovadas por pura conveniência (papai noel, coelhinho da páscoa, etc). Aí quando a criança (que não é tão burra quanto parece — ela também tem cérebro) descobre, por si mesma ou através de outras pessoas, que os pais dela a fez acreditar em mentiras, o que acontece em sua mente?

     "Mentir é certo então? Se não é, por que meus pais fizeram isso comigo? Se eles queriam o meu bem, por que me enganaram? Então eu posso mentir por conveniência?". Tem alguns que diriam "mas é da criança mentir, é um sinal de inteligência", de fato, na atual situação de nossa sociedade, quando o indivíduo resolve expor e anunciar a verdade, ele é alvejado pela horda acéfala de ovelhas que defendem as mentiras que elas fingem viverem. Não foi o que fizeram com grandes descobridores? Ora, na época que acreditava-se que o mundo era plano, o que acontecia com aqueles que se opunham contra essa ideia? Mortos, perseguidos, torturados.

     Se achamos que é conveniente mentir para nossos próprios filhos, então não devemos reclamar quando formos enganados, seja por farsantes ou políticos. Nós ensinamos as crianças a mentirem, mesmo dizendo que isso é errado. Dissemos a eles que existem palavras de baixo calão, denominadas de "palavrões", e que elas não devem falar tais palavras, mas não hesitamos em falar "vai tomar no cu" na frente deles quando nosso time favorito perde de goleada. Errado é você reprimir os recursos que eles tem para se expressar. Ensinamos as crianças a tirania e a submissão, que existem pessoas que tem tudo e pessoas que não tem nada, e que tudo isso é "normal". Ensinamos a elas que a violência é errada, mas juramos de morte aquele juiz que roubou o nosso time, ou juramos de violência aquelas pessoas que votaram no candidato do partido da oposição, pois "está ferrando com o país".
 
     Ensinamos o "certo" e fazemos o "errado". Antagonizamos o sexo à moralidade, seja por religião ou falsa moralidade, ensinamos a criança a lutar contra sua própria natureza, demonizamos os nossos próprios instintos. Demonstramos indiferença quando alguém é preso por roubar comida, mas ficamos cheios de ódio quando algum político desvia milhões: isso porque o dinheiro é mais importante e mais divino que a saciedade do próximo. Então que se faça isso: continuem a reprimir suas crianças, mas desde já façam uma poupança para o psicólogo ou psiquiatra, pois ela irá precisar disso no futuro. Também invistam em segurança e continuem a mentir: a sociedade é um reflexo de vocês, que já foram corrompidos e trabalham arduamente pela manutenção da corrupção.

Em suma: vão tomar em seus respectivos cus, seus falsos moralistas hipócritas do caralho (alguns incrementariam "filhos da puta" no xingamento, mas não acredito que uma prostituta seja imoral, ela também é uma trabalhadora que supre uma demanda da sociedade que você tanto defende).

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Acerca das eleições

>Defende a alternância do poder
>Vota no Geraldo Alckmin, deixando o PSDB no governo do Estado de São Paulo por 24 anos
Tão inconsistente quanto pregar o amor antes das eleições e, depois da derrota do Aécio, falar mal de nordestinos ou nortistas. Como se já não bastasse, alguns ainda lutam por um ilegítimo impeachment (existem leis que regulam o impeachment, caso não saibam) e até pediram, na página do exército, por uma intervenção militar.
Desde quando vocês não respeitam a democracia?
Pois é. O que eu acho: o povo que faz parte das maiorias (a maioria de SP votou no Aécio) sempre fez parte da maioria, com aquele pensamento "que se foda a minoria, eles tem que respeitar a maioria". Agora que eles são minoria, estão sentindo na pele o pensamento que tinham antes. Vamos amadurecer, pessoal, a democracia é nosso bem mais precioso, não vamos deixá-la de lado agora, né? Vamos ser mais racionais e menos reativos. Vamos usar toda essa energia negativa para cobrar a União, sem se esquecer do governo de Estado, que é responsável, junto com os Municípios, pela EDUCAÇÃO BÁSICA (e, sim, são responsáveis também pelo salário medíocre que pagam aos professores) E SEGURANÇA PÚBLICA, além de outras coisas. Vamos nos politizar mais, por um país melhor!

domingo, 19 de outubro de 2014

Um simples desabafo político

Discurso de ódio, discurso de ódio everywhere.
É só você criticar o candidato dos outros que:

- Questionam tua religiosidade
- Questionam tua sexualidade
- Te agridem verbalmente
- Mandam eu não votar
- Deletam meus comentários
- Defendem a intervenção militar caso seu candidato não vença

Pra ver, o pessoal já não respeita a democracia nem liberdade de expressão, claro que vai apoiar a intervenção militar. Bom, é o povo quem escolhe quem os representa, certo? Então, com o candidato que critiquei nada quero, pois parte da população que profere discurso de ódio e critica a nossa tão sonhada e amada democracia está com ele, logo ele representa essa parte.
Gente que critica a corrupção, mas passa o sinal vermelho ou para com o carro em local inapropriado. Gente que anda por cima da ciclovia com carro ou moto e ataca a livre escolha dos cidadãos. Gente que condena
E tem gente que ainda diz "estamos em uma ditadura", mas deleta o comentário que é contra. Sabe, se até entre nós existe pequenas ditaduras, quanto mais com o presidente deles eleito. Ah, Senhor, nos ajude.
Sem contar essa onda de pastores que diz "se você é evangélico, vote no fulano de tal" (não sou evangélico, mas acho isso ridículo). Queria ver na bíblia onde tá escrito "vote no candidato X, senão você não terá um lugar no céu". Isso é manipulação, tenho certeza de que os pastores em questão receberão uma fatia gorda depois de tais pronunciamentos, além de receberem mais poder (e não é isso que a maioria dos pastores querem hoje, que é dinheiro e poder?).
É o que tem me jogado para a esquerda, fazer parte da oposição que luta contra todo esse discurso de ódio, contra toda essa ditadura particular e hipocrisia.
Terminei meu desabafo, amém.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Eclipse



Pálida e majestosa
ela orbita sem intenção
com toda a sua beleza
dentro e fora de meu coração

Egocêntrico que sou
aprendi a sair de mim
e fui ao teu encontro
almejando algo sem fim

Pelo espaço a luz viajou
e em ti não só refletiu
como também voltou
avermelhou-se com o que sentiu

Para isso existem muitos nomes,
chamam de eclipse solar
será que é porque, em ti,
encontrei só lar?